Guerra tarifária entre Estados Unidos e Brasil

O impacto da guerra tarifária nas empresas brasileiras listadas na bolsa

 

               E aí pessoal, seja bem-vindo a mais um artigo, eu me chamo Roberto Cardoso e criei esse blog para tentar te ajudar de alguma forma a investir melhor e também a cuidar melhor do seu dinheiro. E no artigo de hoje vou falar um pouquinho sobre a guerra tarifária entre Estados Unidos e Brasil. Vamos procurar ver alguns pontos e quem ou quais empresas seriam mais  afetadas positivamente ou negativamente com o aumento de tarifas de importação e exportação entre os dois países e se impactaria diretamente nas empresas listadas na B3 que: Exportam fortemente para os EUA, e/ou Importam insumos ou produtos de lá.

 

Empresas da B3 na mira da guerra comercial: quem ganha e quem perde?

         

                Abaixo estão os setores e empresas da B3 mais suscetíveis a oscilações de preço em cenário de guerra tarifária entre Brasil e EUA:

Empresas que sofreriam negativamente:

 

  1. Agroexportadoras (exportam para os EUA)
  • JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3)
    • Exportam grandes volumes de carne bovina para os EUA. Tarifas mais altas poderiam reduzir competitividade e margens.
  • BRF (BRFS3)
    • Exporta carne de frango e suína. Também poderia perder acesso competitivo ao mercado americano.
  1. Setor de Papel e Celulose
  • Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11)
    • Os EUA são grandes compradores de celulose brasileira. Barreiras comerciais encarecem o produto e reduzem demanda.
  1. Setor Automotivo
  • Randon (RAPT4) e Tupy (TUPY3)
    • Exportam peças automotivas para montadoras nos EUA. Alta de tarifas reduz competitividade.
  1. Mineração e Siderurgia
  • Vale (VALE3)
    • Embora tenha foco maior na China, qualquer extensão da guerra tarifária para o setor de metais pode afetar seus contratos.
  • Gerdau (GGBR4)
    • Tem operações nos EUA. Tarifas cruzadas sobre aço poderiam reduzir lucros ou gerar retaliações.
  1. Tecnologia/Importadoras
  • Empresas que importam componentes dos EUA, como algumas varejistas (Magazine Luiza, Via) ou empresas industriais, sofreriam com aumento de custo.

Quem pode se beneficiar:

  1. Concorrentes locais dos EUA
  • Fabricantes brasileiros que disputam mercado local com produtos americanos poderiam ganhar espaço com tarifas de retaliação sobre os EUA. Exemplo:
    • WEG (WEGE3): Exporta motores e componentes para vários países. Pode redirecionar produção ou ganhar espaço de concorrentes americanos na América Latina.
  1. Empresas com foco em mercados alternativos
  • Petrobras (PETR4) e outras exportadoras de commodities energéticas têm mercados mais diversificados, o que pode protegê-las de uma disputa bilateral específica.

Impacto indireto no câmbio

Se a guerra tarifária gerar fuga de capital do Brasil, o real pode se desvalorizar, afetando:

  • Positivamente: empresas exportadoras (como Suzano e JBS).
  • Negativamente: empresas importadoras (como varejistas e montadoras).

Vejamos agora uma pequena tabela de forma conclusiva:

As empresas mais vulneráveis a uma guerra tarifária entre Brasil e EUA são:

Empresa Ticker Motivo Principal
JBS JBSS3 Exportação de carne para os EUA
Marfrig MRFG3 Forte presença no mercado americano
BRF BRFS3 Exportação de proteína
Suzano SUZB3 Exportação de celulose
Klabin KLBN11 Exportação de papel e celulose
Tupy TUPY3 Exportação de autopeças
Gerdau GGBR4 Tarifas sobre aço
Randon RAPT4 Exportação de implementos rodoviários

📊 Empresas com maior exposição às exportações para os EUA

Com base em ranking recente da XP via https://www.infomoney.com.br/:

Ticker Empresa Setor % Receita oriunda dos EUA
EMBR3 Embraer Aeronaves / Capital 23,8 %
SUZB3 Suzano Papel & Celulose 16,6 %
TUPY3 Tupy Autopeças / Capital 13,9 %
JALL3 Jalles Machado Agro (açúcar/álcool) 11,0 %
FRAS3 Fras-le Mobility Bens de Capital 10,8 %
WEGE3 WEG Motores / Equipamentos 9,1 %
BEEF3 Minerva Foods Carne bovina Est. 8 %–15 %
RAPT4 Randoncorp Máquinas Pesadas 6,4 %
CSAN3 CSN Siderurgia / Mineração 4,0 %
PETR4 Petrobras Óleo & Gás 4,0 %
CSAN3 CBA (Comp. Aço VALE) Mineração/Siderurgia 3,2 %
VALE3 Vale Mineração 2,8 %
KLBN11 Klabin Papel & Celulose 1,8 %
BRKM5 Braskem Petroquímicos < 1 %

 

🧠 Destaques e impactos setoriais

Embraer — EMBR3

  • Apresenta 23,8% da sua receita derivada dos EUA, a maior exposição listada, ficando extremamente vulnerável a tarifas elevadas (https://www.infomoney.com.br/)
  • A previsão de tarifas de 50% gerou queda significativa nas ações e estimativas de custos adicionais de até US$ 350 milhões por unidade vendida (Gazeta do Povo).

Suzano — SUZB3 e Klabin — KLBN11

  • Dependentes das exportações de celulose e papel. Suzano registra 16,6% de vendas aos EUA; Klabin, cerca de 1,8% (InfoMoney).
  • O mercado americano já vinha sofrendo com barreiras tarifárias sobre celulose, afetando preços e competitividade (Guia do Investidor).

Tupy — TUPY3 e WEG — WEGE3

  • Tupy exporta autopeças, com 13,9% de receitas dos EUA, e WEG atua em motores e equipamentos com 9,1% de vendas ao mercado americano (InfoMoney).
  • As tarifas aumentam os custos de exportação e reduzem competitividade frente a concorrentes de outros países (Folha de S.Paulo).

Minerva Foods — BEEF3

  • Exporta cerca de 8–15% do faturamento para os EUA; XP estima perda de até 5% na receita líquida com redirecionamento para outros mercados (InfoMoney).

Setor de siderurgia e mineração — CSN, CBA, Vale

  • Empresas como CSN (CSAN3), CBA e Vale possuem exposição de 2–4 % às exportações para os EUA (InfoMoney).
  • Impacto maior ocorre no setor siderúrgico como um todo, dado que o marketplace americano absorve grande volume de aço brasileiro (até 87% em alguns produtos), tornando inviáveis exportações com tarifa adicional de 50 % (Insights by Logcomex, Estado de Minas).

Braskem — BRKM5

  • Apesar de baixa exposição direta aos EUA (< 1%), pode ser afetada tanto por aumento de custos de insumos importados quanto por substituição de fornecedores americanos no mercado interno (InfoMoney, Wikipedia, Guia do Investidor).

Petrobras — PETR4

  • Exporta cerca de 4% para os EUA. Tem capacidade de redirecionar volumes para Ásia e Europa sem grande impacto estrutural (InfoMoney).
📉 Efeitos macro e indiretos
  • A imposição de sobretaxas de 50% sobre exportações brasileiras prevista para 1º de agosto de 2025 tem o potencial de cancelar contratos, reduzir volumes de embarque e diminuir margens (Insights by Logcomex).
  • Os setores mais atingidos serão agronegócio (carne, café, suco), celulose, aeronáutico e siderurgia / máquinas (UOL Economia).
  • Estimativas apontam até 1,3 milhão de empregos perdidos, retração de até 2,21% no PIB brasileiro em caso de retaliação bilateral (FIEMG).
  • Desvalorização do real, volatilidade e aumento de custo de insumos importados também afetam exportadores e importadores indiretos (El País, Guia do Investidor).

              As empresas com exposição direta elevada ao mercado americano (acima de 10 %) — como Embraer (EMBR3), Suzano (SUZB3), Tupy (TUPY3), Jalles Machado (JALL3) e WEG (WEGE3) — são as mais vulneráveis a uma guerra tarifária. Impactos também devem ser sentidos por Minerva (BEEF3) e em menor grau por players como CSN, CBA, Petrobras, Klabin e Braskem.

               Bom pessoal, por hoje foi isso, espero que tenham gostado e que de alguma forma eu possa ter ajudado a voces. Não esqueçam de deixar um comentário ou pergunta e compartilhem este conteúdo com aquela pessoa que voce acha que pode ajudar. Um abraço!

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